quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tema Paixão Nordestina 2011

 O Sagrado e O Profano no São João da Paixão.
Um tema que envolve fé e cultura popular que busca de dentro de cada um, traduzir sentimentos e tornar-los reais.


Sinopse:

Retratamos com esse tema a ligação existente entre o “Profano e o Sagrado” nas manifestações populares. Ao longo dos séculos as festividades de origens pagãs foram consagradas pela igreja, tornando-se definitivamente religiosa.

Historicamente relacionadas aos rituais agrários promovidas pelas primeiras civilizações européias, às festividades juninas remota ao período pagão, em que o calendário das estações marcava as datas das grandes festas para vários povos. Comemorava o solstício de verão1, realizavam grandes festas às vésperas do início da colheita, acreditavam que só agradando às divindades alcançavam o sucesso no seu trabalho agrícola.

Desde os tempos antigos o fogo esteve presente nessas festas. Segundo Câmara Cascudo, não há culto mais amplo, nem mais antigo que o culto ao fogo. Afugentam fantasmas noturnos em qualquer parte do mundo. Acendiam-se fogueira desde as ilhas da Inglaterra da Europa Central e da Escandinávia até o Norte da África. “O culto ao fogo fundiu-se com a tradição cristã, representada pela fogueira que Isabel acendeu para comunicar a sua prima, Maria, o nascimento do tão esperado filho João Batista.”

Solstício de verão1: Fenômeno resultante de mudanças do percurso do sol em sua orbital, o que determina consideráveis alterações na duração da luminosidade do dia e da intensidade do calor (dias mais longos), repercutindo, por esse motivo, nos trabalhos agrícolas.

O Reisado:
 
Câmara Cascudo no seu Dicionário do Folclore Brasileiro, diz que reisado é a denominação erudita para os grupos que cantam e dançam na véspera e Dia de Reis. O Reisado chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses, que ainda conservam a tradição em suas pequenas aldeias, celebrando o nascimento do menino Jesus. Em Portugal é conhecido como Reisada ou Reseiro.

No Brasil é uma espécie de revista popular, recheada de histórias folclóricas, mas sua essência continua a mesma, com uma mistura de temas sacros e profanos. O reisado é formado por um grupo de músicos, cantores e dançarinos que percorrem as ruas das cidades e até propriedades rurais, de porta em porta, anunciando a chegada do Messias, pedindo prendas e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam.

Com o advento no Cristianismo, a Igreja Católica como não conseguiu extinguir aquelas comemorações ritualistas, proibiu-as; e assim como aconteceu com as outras festas de origens pagãs adaptou-as ao seu próprio calendário festivo na devoção a Santo Antônio, São João e São Pedro.

O tema cita em alguns momentos a cidade de Juazeiro do Norte, a cidade cearense de maior influência religiosa e cultural onde grupos de reisados e grupos juninos se harmonizam dando um colorido à cidade. No entorno da Basílica de Nossa Senhora das Dores o “Sagrado e Profano” convivem em um mercado inesgotável de cultura, fé e "coisas do mundo".

Sendo assim, identifica-se na história das festividades juninas, a "preservação de certos valores e práticas aliados à ressignificação ou à criação de outros. Há alguma coisa que permance ao lado de outra que se trasnforma."

“O desejo inevitável de descobrir, de transfigurar a realidade, de desconstruí-la e reelaborá-la e de desejar mais que não somente o que é oferecido”.

Casamento: Relata a história de dois grupos de Juazeiro do Norte, o Reisado de Dona Fátima, e um grupo que insiste em manter viva a tradição do Cangaço (fazendo a cada ano uma encenação). De um lado o Profano e do outro o Sagrado e no meio o Padre que não ver motivos para tanta discórdia.
 


 
Roupa Bege "O Profano"
Roupa azul "O Sagrado"


Figurino: Recriado em cima da temática, onde trazemos: bicos, rendas, trabalhos a mão, que remetem a outra época,interligando-os o brilho característico do mundo profano.






Abertura: A música contextualiza o elo entre o Sagrado e Profano, permitindo coreograficamente uma união entre os dois grupos (Reisado e o Cangaço).



“A mão que balança o santo embala a rede do cão”











Fogueira: Alusão de quando o fogo deixou de ser um elemento Profano e tornou Sagrado, para iluminar as noites de São João.









Coreografia: Uma recriação que une passos tradicionais com o movimento corporal moderno.














Repertório: Músicas voltadas para o São João, e músicas de domínio popular que estampam a nossa cultura.










“O Sagrado e Profano em uma noite de São João”

 “Salve, Rainha, Mãe misericordiosa,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eia pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei...”

Agradecemos

A todos que participam desse projeto ou simplesmente aprecia a sua apresentação desejamos que Nossa Senhora, possa abençoar que os Santos Juninos invocados em cada manifestação façam crescer dentro de nós um sentimento maior de resgate a cultura de nosso povo, que possamos deixar para as gerações futuras um legado verdadeiro de amor à cultura popular e junina.


“Minha Paixão chegou o dia
 é hora de brincar
 mais um São João com muito amor
 meu sonho se realizou
que alegria
tá tudo do jeito que eu queria
 Vamos dançar São João
 até o raiá do dia...”

Quadrilha Paixão Nordestina 2011

3 comentários:

  1. Colocaram a junina babaçu no bolso! Paixão, vocês se garantem!!!!Robertinha, você esta perfeita!

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  2. Paixão é paixão,o resto...?!
    enganaçããão!!! ;D
    DJ

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  3. meu povo a paixao nao e quadrilha e sim escola de samba,ela deveria aproveitar que ja esta perto do carnaval e ir pro rio de janeiro pra ver se ela consegue ganhar das escola de samba do rio ou sao paulo

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